sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Crianças e Musculação







Até as décadas de 70 e 80 falava-se muito sobre os perigos que os exercícios com pesos poderiam causar. Crianças não poderiam jamais ser submetidas a esse tipo de treinamento, pois, acreditava-se que impedia o crescimento, causava impotência sexual, fazia mal ao coração e a coluna vertebral, perdia flexibilidade; e tudo que fosse ligado a alguma lesão estaria possivelmente relacionado a musculação.

Essa visão foi sendo vencida pelos os achados da ciência. Paralelamente à essas crenças, estudos datados de 1978 por Gettman, Wilmore entre outros pesquisadores renomados, já defendiam a musculação. Mas, só a partir da década de 90 até os dias de hoje a mídia vem expondo vários estudos demonstrando a eficácia do treinamento de força com crianças pré-búberes e até mesmo com indivíduos a partir de 6 anos de idade. Claro que o objetivo de um programa de força para uma criança dessa idade não é a hipertrofia (aumento dos músculos) e sim a própria força!


Vejamos por que:

Por volta dos anos de 1970 até 1990 muitas crianças brincavam livremente pelas ruas, em bairros tranquilos, sem a preocupação com violência que existe nos dias de hoje, essas crianças saltavam, corriam, escalavam, subiam em árvores muito mais do que as crianças de hoje. As crianças do final do século XX e início do século XXI, brincam em condomínios fechados, jogam vídeo game, passam horas em frente a um computador e/ou televisor, comem comidas de alto valor energético e pouco nutritiva em relação às crianças dos anos 70.

Com essas comparações já dar para perceber que o nível de atividade física da molecada de anos atrás é muito maior do que às dos dias atuais. Com certeza, uma criança com uma infância mais ativa, tem mais força, coordenação motora, menos problemas de relacionamento com outras crianças e adultos; habilidades conquistadas com a vivência lúdica de suas atividades.

Os esportes coletivos como basquetebol, voleibol, futebol, handebol, tem probabilidade maior de lesão, por causa do contato com outro indivíduo, movimentos bruscos, saltos, impactos, deixando exposto o jogador/atleta à lesões nas articulações do joelho, tornozelo, coluna vertebral, ombro. Se esse jogador/atleta não realizar um treinamento para o fortalecimento de seus ligamentos e músculos, estará mais suscetível à lesões. Os exercícios de musculação, também conhecido por exercícios resistidos, proporcionam o fortalecimento desejado, sem o risco de choques com outro indivíduo, saltos ou impactos, sendo estes, uma forma bastante eficiente no que diz respeito a prevenção de lesões.

Benefícios principais da musculação para crianças incluem:


  • Aumento da força e resistência muscular (capacidade dos músculos de realizar várias repetições contra uma dada resistência);


  • Diminuição de lesões nos esportes e atividades recreativas;

  • Aumento da capacidade de desempenho nos esportes e atividades recreativas. (Fleck e Kraemer, 1999)

Contudo, apesar de apoiar o treinamento de forças para crianças, é importante advertir os pais sobre a supervisão desse treinamento, pois, o programa de exercícios dever ser adequadamente planejado, onde um profissional qualificado deverá ensinar corretamente a técnica dos exercícios, sendo estes fatores fundamentais para a elaboração de programas seguros e eficazes para crianças.

Outro grande benefício do treinamento de força nas crianças é que o desenvolvimento ósseo pode ser intensificado, pois este tipo de exercício aumenta a tensão muscular, o coeficiente de tensão e compressão, que são importantes para estimular a modelagem do osso (Conroy e colaboradores, 1992, citado por Fleck e Kraemer, 1999). O estímulo à formação óssea são potencializados não só pela musculação,mas também, esportes que exijam saltos e corridas, por exemplo. A forma ideal para a prevenção da osteoporose é a prática dessas modalidades esportivas, incluindo a treinamento de força, desde de a infância.

O incentivo à atividade física deve acontecer o mais cedo possível para que a criança desenvolva em sua rotina de vida, o hábito e o prazer em se exercitar. Dessa forma, crescerão indivíduos saudáveis e provavelmente menos suscetível a obesidade na infância e na idade adulta.

Até a próxima

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