segunda-feira, 19 de julho de 2010

F L E X I B I L I D A D E






Em nosso dia-a-dia, precisamos a todo o momento de flexibilidade. Seja para alcançar um objeto à frente, seja para agachar e apanhar um sabonete que caiu durante o banho, seja para coçar as costas. Enfim, em várias situações a flexibilidade está presente na rotina diária de todos nós.

Quando criança temos um grau maior de flexibilidade devido a existência da cartilagem de crescimento nas epífises ósseas, proporcionando uma maior mobilidade articular, pois, os ossos ainda se encontram bastante separados uns dos outros. A medida que vamos nos tornando adulto as cartilagens de crescimento vão solidificando as extremidades ósseas e daí por diante nos aproximamos da flexibilidade que teremos por toda a vida.

Determinada geneticamente, a flexibilidade poderá contribuir para que você seja um atleta de alto rendimento ou apenas um desportista que cuida de sua saúde. Quando me refiro a atleta de alto rendimento, não significa que seja necessário ter flexibilidade extrema (hipermobilidade articular), pois, o excesso desta qualidade física pode proporcionar lassidão articular, causando frouxidão e lesões musculoesqueléticas.

Durante o envelhecimento, a flexibilidade reduz (como todas as outras capacidades físicas) devido ao declínio na atividade física e o desenvolvimentos de condições artríticas, pois estas são as principais causas da redução da flexibilidade no envelhecimento (Heyward, 2004).

Devido a importância em nosso dia-a-dia, escrevi nesse artigo algumas curiosidades, benefícios e as diferentes flexibilidades, argumentados por cientistas renomados no mundo da fisiologia e treinamento esportivo. Boa leitura.

A Flexibilidade é a capacidade e a característica de um indivíduo executar movimentos de grande amplitude, podendo ser aplicado com forças externas ou ainda movimentos que envolvam muitas articulações (Weineck, 1999).

A flexibilidade é um componente importante da aptidão física, a falta dela em regiões como a sacro-ilíaca combinado com a pouca força e/ou resistência dos músculos abdominais resulta em lombalgias (dores na região lombar) (Pitanga, 2005).

Termos utilizados como sinôninos da flexibilidade:

Mobilidade
Articularidade (referente à flexibilidade da articulação)
Elasticidade (refere-se à propriedade de músculos, fáscias, tendões e ligamentos)

Estes termos podem ser considerados como subclasses da flexibilidade (Frey, 1977).

Para Weineck (1999) a flexibilidade pode ser diferenciada em geral e específica; ativa, passiva e estática.

Flexibilidade geral é aquela que aborda as principais articulações do nosso corpo em conjunto (ombros, quadris e coluna vertebral).

Flexibilidade específica refere-se a determinadas articulações. Exemplo: atletas nadadores devem ter boa articularidade nos ombros.

Flexibilidade ativa é a maior amplitude de movimento alcançada por uma articulação, limitando-se pela extensabilidade da unidade musculotendínea.

Flexibilidade passiva é a maior amplitude articular conseguida com auxílio de forças externas (auxílio de um parceiro ou de um aparelho).

Segundo Heyward (2004), o que limita a amplitude de movimento (ADM) é a rigidez das estruturas dos tecidos moles, como músculos, tendões e ligamentos. A contribuição dos tecidos moles para a resistências da ADM foi dada desta forma:

Cápsula articular - 47%
Músculo e sua fáscia - 41%
Tendões e ligamentos - 10%
Pele - 2%

Heyward, ainda afirma que a cápsula articular e os ligamentos são constituídos predominantemente de colágeno (tecido conjuntivo não elástico). Já os músculos e sua fáscia, constituem-se de tecido conjuntivo elástico, sendo essas as estruturas de maior importância na redução da resistência da ADM.

Numa publicação da Revista brasileira de fisioterapia em 2007, com autoria de Brasileiro JS; Faria AF e Queiroz LL, um estudo analisou os efeitos da flexibilidade dos músculos isquiotibiais (grupo muscular da parte de trás da coxa) sob os efeitos do resfriamento e do aquecimento. Foram observados os efeitos agudos e crônicos.
Constatou-se que o grupo de pessoas submetidas ao resfriamento obtiveram um efeito agudo na ADM, comparados aos grupos submetido apenas a alongamentos e o grupo submetido ao aquecimento.
Em relação aos efeitos crônicos, não obtiveram resultados significativos ente os grupos.
Concluiu-se que alongamentos realizados diariamente, aumenta a flexibilidade dos isquiotibiais significativamente; em relação aos efeitos agudos, esses foram maiores no grupo submetido ao resfriamento, comparados aos grupos somente alongados e o grupo submetido ao aquecimento. Os efeitos crônicos não foram influenciados pelo resfriamento e nem pelo aquecimento.

No âmbito esportivo obter uma boa flexibilidade é fundamental para a execução correta da técnica do movimento, para uma maior amplitude, para a aplicação da força e melhoria na velocidade. A mobilidade é indispensável no processo de treinamento (Weineck, 1999). Este autor, ainda afirma que sem o desenvolvimento da flexibilidade o progresso técnico e coordenativo são deficientes e o desempenho estagnado.

Para preservar essa qualidade física: flexibilidade, realize exercícios físicos por toda a vida, sempre com alongamentos antes e após o término de seu treino. Se houver tempo, reserve um dia apenas para alongamentos!

Até a próxima

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